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Nascimento do Heitor - Parto Natural Hospitalar

Eu e meu esposo sempre desejávamos ter filhos... e pouco tempo depois que decidimos que “era a hora” engravidei.

Até então jamais havia cogitado a possibilidade de tentar um parto natural, tinha em mente que o melhor para a mulher e para o bebê era a cirurgia, por falta de conhecimento mesmo.

 

Quando estava à espera do Heitor ganhei da minha mãe um Guia para Gestantes que descrevia sobre assuntos de gravidez, tipos de partos e primeiros cuidados com os bebês.

 

Foi a partir de então que minha mente se abriu para o parto natural.

 

Passei a ler tudo que eu encontrava na internet e entendi que Deus, o Criador, havia feito tudo perfeito e eu podia parir. Fui tomada pelo sentimento de que seria capaz e que o momento mais sublime da minha vida estava próximo de ser experimentado.

 

Assisti muitos vídeos e li relatos de parto, muitas vezes em meio às lágrimas, pois sonhava com o dia em que eu poderia pegar meu filho no colo assim que nascesse.

 

Desejava um nascimento respeitoso para ele, no qual a natureza se encarregaria de cumprir o seu papel, significado profundo do amor que sentíamos por ele.

 

Tive a primeira conversa com a doula, Damaris, logo nas primeiras semanas e comecei a  me preparar fisicamente e mentalmente para o grande dia, contando com o apoio incansável do meu esposo.

 

Minha amiga doula, Priscila, foi fundamental nesse período, me indicava muitos vídeos, artigos, além do apoio emocional.

 

No início da gestação também decidimos mudar de médico, para que o atendimento humanizado pudesse ocorrer de forma tranquila.

 

E assim caminhamos …  e como não é novidade, o final da gestação foi o período mais difícil.

 

Quando completei 40 semanas a expectativa era imensa, mas nada de trabalho de parto.

 

Meu esposo sempre conversava com o Heitor e falava que era para ele ficar o tempo que fosse preciso na minha barriga, mas naqueles dias eu já queria que ele nascesse logo (rs).

 

Então com 40 semanas e 2 dias, como de costume, meu esposo disse as mesmas palavras a ele e eu comecei a chorar… estava muito cansada. Não pensava em desistir, mas queria que as coisas acontecessem! Daí meu esposo me abraçou e conversamos com Deus e com o Heitor, dizendo que já estava tudo pronto para a chegada dele e que ele podia vir, estávamos preparados.

 

Eu sabia que a gestação poderia se estender até 42 semanas, eu estava sendo acompanhada e o Dr. Victor disse que estava tudo bem, mas o final da gestação foi muito difícil mesmo.

 

Assim, continuei perseverante com grande apoio emocional recebidos das pessoas citadas aqui.

 

Procurei me tranquilizar, ler relatos de parto e textos enviados pelas doulas, que foram extremamente marcantes, dos quais eu retirava coragem para prosseguir, sem saber que estava muito perto de conhecer meu primeiro filho.

 

Com 40 semanas e 4 dias, às 6h00, dia 18/10/2012, comecei a sentir contrações irregulares, um poucos mais intensas daquelas que eu sentia há algum tempo. Acordei meu esposo e disse que nosso filho estava chegando. A alegria foi imensa. Ele conversou muito com o Heitor nesse dia e dissemos o quanto ele era amado e esperado aqui fora.

 

Contatamos o Dr. Victor Rodrigues e as Doulas Damaris e Priscila... e recebemos a resposta de que as esses ‘sintomas’ eram normais e que precisávamos esperar contrações regulares, ou seja, trabalho de parto ativo.

 

Nesse dia não fui trabalhar então resolvemos terminar de organizar o que seria levado para o hospital.

 

Foram muitas contrações, mas não tão doloridas ao ponto de me fazer parar o que estava fazendo.

 

A emoção era imensa... a cada contração eu olhava para o meu esposo e sorríamos um para o outro.

 

Por volta das 19h00 as contrações estavam mais fortes, mas eu pensava que ainda não era hora de chamar as doulas, estava esperando as dores mais intensas.

 

Lembrei do banho quente e fui para o chuveiro, fiquei lá algum tempo, chorei, conversei com o Heitor, falei que estávamos preparados para recebê-lo.

 

As contrações ficaram mais intensas e senti muito calor. Sai do chuveiro e pedi que meu esposo ligasse o ventilador em cima de mim, o ar condicionado já estava ligado e mesmo assim sentia muito calor.

 

Não passava muito sentia frio e voltava para o chuveiro e ficamos assim algum tempo.

 

Ter meu esposo por perto era acolhedor, ele não teve descanso (rs).

 

Perdi a noção do tempo. Não sabia que horas eram, nem quanto tempo havia ficado entre chuveiro e ventilador. Até que ficar sentada no banquinho no chuveiro já não era confortável e eu fui andar pela casa, fui até o quarto do nosso filho e lá chorei novamente de emoção.

 

Quando veio uma outra contração forte eu sentei na poltrona de amamentar e percebi que a posição era confortável. Me concentrei e lá tive mais algumas bem fortes.

 

Meu esposo colocou a poltrona no nosso quarto com o ventilador em cima e pedi que ligasse para as doulas.

 

Enquanto ele ligava as contrações ficaram bem mais intensas e senti os ‘puxos’, uma vontade institiva de fazer força.

 

Sabia o que era, pois havia lido ... Mas sentir é diferente (rs)

 

As contrações passaram a vir uma atrás da outra, eu não tinha tempo de descansar e os puxos fortíssimos... Fiquei um pouco nervosa e comecei a falar pro meu esposo que o Heitor nasceria logo... em casa mesmo.

 

A poltrona já não era confortável e eu queria ficar no vaso sanitário, lá era mais confortável.

 

Ele ficou comigo o tempo todo.. Me doulando (rs) até que ligou para as doulas falando da minha situação e elas sugeriam que eu  saísse do vaso sanitário e ficasse na cama, elas já estavam a caminho.

 

Relutei, mas fui, afinal pensei que o Heitor nasceria ali mesmo..

 

Na cama muitas contrações e eu já na "partolândia"..

 

Quando as doulas chegaram já sugeriram que fossemos para o hospital.

 

Quando saí do quarto o Marcus e a We (do Diga Chis), já estavam na sala, nem sei que horas meu esposo ligou para eles, eles foram registrar esse momento ímpar das nossas...

 

Eu estava tão envolvida naquele momento que não conversei com ninguém mais... As contrações eram muito próximas, eu não tinha tempo para descansar.

 

Tive que esperar alguns minutos dentro carro, na frente do hospital, até que o médico chegasse, o que para mim foi o período de maior  desconforto.

 

Quando o Dr. Victor chegou confirmou que a dilatação era total. Não haviam quartos disponíveis, assim, tivemos que ir para o CC.

 

Pedi água e a música que tinha separado para o parto.

 

Procurei focar na emoção do momento, nem me importava com as pessoas que ao redor estavam, mas foi indo a dor era tamanha que não acreditava que conseguiria. Estava muito cansada.

E durante esse tempo que pensei que não conseguiria veio mais uma contração e senti meu filho nascendo.

A emoção foi indescritível. Veio direto para o meu colo, glorifiquei a Deus e curti aquele momento com meu esposo, chorei muito, senti o cheiro dele ... E logo depois de ser visto pelo pediatra veio para ser alimentado ali mesmo no CC.

 

Ele nasceu com uma circular de cordão e mecônio, e é perfeito, com APGAR 8/9. Prova viva de que circular não é indicação para cirurgia. Quanto ao mecônio era pouco,  provavelmente expelido minutos antes de nascer.

 

Fomos para o quarto e as doulas foram comigo e não foram embora enquanto não tiveram certeza de que eu havia amamentado o meu filhote.

 

Não consegui dormir, fiquei olhando para meu filho, encantada... E para meu esposo, agradecida, por me apoiar, me respeitar, por ter me ajudado no parto, por ter acompanhado nosso filho nos primeiros minutos da vida dele, pelo amor dedicado à nossa família.

 

E me lembrei de uma passagem Bíblia que diz:

 

A mulher que está dando à luz sente dores, porque chegou a sua hora; mas, quando o bebê nasce, ela esquece a angústia, por causa da alegria de ter nascido no mundo um menino.  João 16:21

 

E assim foi... que alegria imensa.

 

Sou grata a Deus por essa experiência transformadora, certamente não sou a mesma pessoa.

 

Agradeço às pessoas  que me ajudaram nessa caminhada... minha mãe, amigas, Dr. Celso Taques, nosso amigo e pediatra que pegou o Heitor... e também os que mencionei aqui no relato, vocês são especiais para mim. Serei sempre grata e vocês permanecerão guardados em meu coração, agradeço profundamente.

 

Ao meu esposo, meu amor, dedico este relato do parto do nosso primeiro filho, os votos que um dia fizemos foram renovados dia 19/10/2012, nosso filho é materialização do nosso amor.

 

Josy Anne Souza

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